terça-feira, 22 de março de 2011

Diálogos

- Uma certeza?
- a morte.
- isso é fato não uma certeza...
- é que é uma certeza de verdade, real isso que eu queria dizer...
- não é isso que eu queria saber.
- o que quer saber?
- a certeza que te motiva todos os dias ?
- a duvida, isso me motiva...
- duvida?
- claro, se eu tiver certeza é o fim , acabou, não preciso me motivar.
- a morte é o fim.
- e o fim não motiva ninguem.
-a curiosidade instiga a duvida.
- sou curiosa e as duvidas abrem meus olhos todas as manhãs...

Concreto

Porque as vezes o que guardamos ou criamos conosco acaba entalando ... e consequentemente nos afogando.
Não queremos preocupar quem nos ama mas é exatamente porque insistimos em agarrar dejetos acreditando que podem ser pistas ou algo pra nos proteger de nós mesmos talvez... é que por fim afundamos o que de fato de concreto existe e o pior as mãos que nos seguram afundam conosco ou nós mesmos soltamos ... o que é um pecado! Soltamos por egoísmo por achar ridiculo talvez a forma como querem nos manter na superficie não olhamos pro nosso umbigo e nem fazemos a metade do que fazem por nós...
Porque o que nos mantém seguros não é nossa proteção ou medo como queiram chamar e sim acreditar sem resistência , acreditar simplesmente acreditar... que nada e nem ninguém irá nos afundar mesmo que estejamos sem salva-vidas e sem todas aquelas coisas chiques de quem tem o luxo de poder ter...quem sabe se tivessemos uma apólice que assegurase o amor de alguém, o nosso futuro, a vida, que óbvio -se fosse possível- a olhar depressa seria algo que nos manteria protegidos para sempre ... é alguns acreditam que podem ter ... porque a olho nu é tudo fantasia ... uma grande mentira pintada com lindas cores e claro cheio eu diria entupido de coisas por eles chamadas de "concretas".
Se eu preciso de apólices de garantias pra arriscar então eu não sou digna de possuir ... são apenas dejetos que servem de adorno e a longo prazo derretem como tudo que não é concreto, e a mão?
Ela é a unica coisa real que nos mantém na superficie.
Somos egoístas e ponto final.

Interrogatório




- ainda o ama?
- nunca o amei.
- porque guarda as lembranças e insiste em viver do passado? ainda o ama...
- não é por ele, sou eu.
- está tudo acabado o seu grande final feliz... não percebe devia ter ódio, o sim foi dito em um grande espetáculo de falsidade medíocre como pode ainda pensar nisso, queria estar no lugar de uma pessoa enganada?
- não.
- então porque guarda essas coisas inuteis? não entendo.
- ja disse não é por ele.
- até quando?
- até eu recuperar a memória antes dele, ou perder essa.
- quer enganar a si mesma? que absurdo.
- jamais.
- esqueça-o.
- ja esqueci, mas não posso esquecer o que eu sentia quando estava com ele...
- então ainda o ama? você perdeu aceite isso.
- perdi?
- claro perdeu ele.
- eu nunca o tive, o que eu amava nunca existiu...